Conta-se que um velho senhor analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho cada noite que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou à sua presença e lhe perguntou:
- Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe quando nem ao menos sabes ler?
- Grande senhor, conheço a existência de nosso pai celeste pelos sinais dele.
- Como assim? - indagou o chefe admirado.
O servo humilde explicou-se:
- Quando o senhor recebe uma carta de uma pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?
- Pela letra.
- Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela?
- Pela marca do ourives.
O empregado sorriu e acrescentou:
- Quando ouves passos de animais ao redor da tenda, como sabes depois se foi um carneiro, um cavalo, um boi?
- Pelos rastros - respondeu o chefe surpreendido.
Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu onde a lua brilhava cercada por multidões de estrelas, exclamou respeitoso:
- Senhor, aqueles sinais lá em cima não podem ser dos homens.
Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.
Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos, deixa-nos sinais em todos os lugares. Na manhã que nasce calma, no dia que transcorre com o calor do sol ou com a chuva que molha a relva.
Deus te abençoe e te ilumine em tua caminhada.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
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